imóvel o ar
não se move o desejo sem o vento
- e eu perdi o vento na passagem
não se vive uma brisa sem desejo
- secou-se o beijo à sombra do meu tempo
que luz ainda força a ideia à fantasia
que ser escolhe ainda o verso imóvel
nos tropeços das lembranças na voragem
que portas de medo que segredo
o homem articula com o futuro
e quantos silêncios nos sons da sinfonia
são presságios de vigília e de relento
apenas o sonho como assim se chama
move a alma apenas esse extremo é poesia
o mais é o imóvel ar a flama ausente
a mente sem destino – amente
Lilia
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