Azul sem nome


longo destino sob a noite nas pedras de ninguém
quando o rio destoa das vertentes do céu
profundo sob o peso rasgado da chuva

mesmo a certeza desaba além dos homens

longa e lenta a história inscrita nessas mãos
mais vivas do que a luz no impulso do fim
mais ocas do que as trevas à procura do azul

Lilia

terça-feira, 15 de junho de 2010

dois Horizontes III


imóvel o ar


não se move o desejo sem o vento
- e eu perdi o vento na passagem
não se vive uma brisa sem desejo
- secou-se o beijo à sombra do meu tempo

que luz ainda força a ideia à fantasia
que ser escolhe ainda o verso imóvel
nos tropeços das lembranças na voragem
que portas de medo que segredo
o homem articula com o futuro
e quantos silêncios nos sons da sinfonia
são presságios de vigília e de relento

apenas o sonho como assim se chama
move a alma apenas esse extremo é poesia
o mais é o imóvel ar a flama ausente
a mente sem destino – amente


Lilia

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