Azul sem nome


longo destino sob a noite nas pedras de ninguém
quando o rio destoa das vertentes do céu
profundo sob o peso rasgado da chuva

mesmo a certeza desaba além dos homens

longa e lenta a história inscrita nessas mãos
mais vivas do que a luz no impulso do fim
mais ocas do que as trevas à procura do azul

Lilia

domingo, 13 de julho de 2008


Adormece a emoção e vão-se as palavras, cadernos ficam inacabados, abandonados os blogs. Fui deixando no ar páginas de mim que tento recuperar com o jogo da teia invisível. Um salto a aranha some entre vazios que invisíveis fios ainda ligam à memória.

Uns, (in)acabados:

Uma história de palavras: http://umacanoa.blog.uol.com.br/

http://www.outrademim.blogger.com.br/index.html

Outros, ilustrando tantas de mim, ainda são tecidos, entre poesia, desabafos, pesquisas acadêmicas:

Gapuiando palavras: http://palpebras.blog.uol.com.br/ (poemas meus e de outros poetas, palavras soltas)

Lendo, escrevendo e morando na rede: http://lendonarede.blog.com.br/ (impressões de Internet)

Ler e escrever na era da Internet: http://pa.lavra.blog.uol.com.br/ (blog coletivo de pesquisa)

Outros foram impossíveis de serem encontrados, desapareceram do ar por falta de escritos, esvaneceram-se, mas a cola virtual é forte e eu os trouxe para documentos secretos.


sábado, 12 de julho de 2008


Há muito muito tempo...

Ele estava sozinho olhando uma rosa,
Sentado no banco da praça.
Lá na torre da Igreja, o sino bocejava.
Era tarde e ele estava sozinho.
E era nele que pensavam as idiotas
formigas que trabalham o dia todo.
Então o sol se foi.
A lua veio, e vieram estrelas que
corriam e caíam depois.
Ele dormiu no banco e a rosa murchou de noite.
Quando o dia chegou e o sol espiou lá de longe,
Tudo ficou cor-de-rosa, mas ele não acordou.
As nuvens derreteram-se como mulher
dengosa e choraram chuva, mas ele não acordou.
E dormia com um sorriso de rosa nos lábios.

(Canadá, 3-7-67)