Azul sem nome


longo destino sob a noite nas pedras de ninguém
quando o rio destoa das vertentes do céu
profundo sob o peso rasgado da chuva

mesmo a certeza desaba além dos homens

longa e lenta a história inscrita nessas mãos
mais vivas do que a luz no impulso do fim
mais ocas do que as trevas à procura do azul

Lilia

quarta-feira, 30 de abril de 2008

o blog redescoberto

O mundo virtual só consegue me encantar.
- Eu nem lembrava mais de um caderno perdido, com duas folhas escritas, de um momento passado da vida. Um dia, ao abrir um armário qualquer, o caderno se mostra e recupero impressões de um ano atrás. -

Aquele senhor Orkut... será que realmente ele previa o emaranhado textual que se tornaria a sua idéia de reunir amigos perdidos?

Pois o Orkut esquadrinhou meus labirintos e descobriu um blog do qual eu já havia esquecido. E como é preciso esquecer para lembrar, disse o poeta, parece que será esse o blog que levarei em frente, mesmo que não vá dar nome algum ao azul do meu segredo. Com o blog vieram os dias passados no Rio, ano passado, vieram as páginas esquecidas de tantos cadernos "de contar a vida" que fui largando pelas prateleiras, inacabados, mas sempre prontos à descoberta da memória.

Chove. É tarde. Redescobri o que esperava.