Azul sem nome


longo destino sob a noite nas pedras de ninguém
quando o rio destoa das vertentes do céu
profundo sob o peso rasgado da chuva

mesmo a certeza desaba além dos homens

longa e lenta a história inscrita nessas mãos
mais vivas do que a luz no impulso do fim
mais ocas do que as trevas à procura do azul

Lilia

terça-feira, 7 de agosto de 2007

Pão de Açúcar, azul e netos...

Comecei este blog no Rio de Janeiro. Numa espécie de hiato de tempo, quando a vida parece se encostar num canto para deixar espaço ao pensamento. As viagens ao Rio voam e os passeios parecem se impôr ao tempo. As crianças querem brincar. Os passeios favoritos são as praças, o Corcovado e o Pão de Açúcar. A sombra das árvores no topo da pedra me faz sentir vontade de escrever. De sentar ali, sem prazo, sem imposição, sem medo. Meu pensamento não consegue sossego, a solicitação agora é outra, é de lindas alminhas cheias de risadas, olhos confiantes, mãozinhas que se sentem seguras quando estão nas minhas mãos.

Agora, de volta em casa, gostaria de passar a escrever todos os dias, como fazia nos diários de papel, amarrotando o tempo entre recortes de jornais e lágrimas sentidas. Queria contar o dia-a-dia das crianças, com suas frases deliciosas. Criar o hábito, é isso que preciso.

sábado, 28 de julho de 2007

O frio continua fininho, sem comprometer os passeios. Ontem, um motorista de táxi me contava sobre o perfil do carioca: se cair uma chuvinha, todos somem e os compromissos estÀo automaticamente cancelados. Com o frio, o carioca põe um casaco, uma bermuda e "sandália de dedo" e pronto. E realmente havia uma porção de pessoas na rua vestidas assim. Pensei no frio de SP, de Curitiba, no calor de Manaus... na minha cidade. Um lugar em que a chuva faz parte do chão, da vida, dos compromissos, do desejo...