há uma tarde inteira
em meu abraço
e muitos destinos desatados
o vento desistiria se eu cantasse
ah, que galope desvairado
tem o lento disfarçar
do meu sorriso?
Lilia
Amar é este azul sem nome, esta distância lado a lado, o lume de um olhar, a cor, o vento, um fado...
Azul sem nome
longo destino sob a noite nas pedras de ninguém
quando o rio destoa das vertentes do céu
profundo sob o peso rasgado da chuva
mesmo a certeza desaba além dos homens
longa e lenta a história inscrita nessas mãos
mais vivas do que a luz no impulso do fim
mais ocas do que as trevas à procura do azul
Lilia
domingo, 30 de outubro de 2011
silêncio
na sombra do meu verso dorme um amor inacabado
sem remates sem retoques
nas surpresas suspensas
dorme
como um desejo sem tempo um grito em silêncio ausente
apenso à vida
– de tanto silêncio corrompi poemas
versos rarefeitos cerrados gázeos que não vi
que perfume não senti? quando minhas mãos onde
– lembro?
(desfizeram-se)
dorme
– de silêncio e sombra há um canto no poema
teu
(sem fim será a linha que traçamos sem nós
Lilia
sem remates sem retoques
nas surpresas suspensas
dorme
como um desejo sem tempo um grito em silêncio ausente
apenso à vida
– de tanto silêncio corrompi poemas
versos rarefeitos cerrados gázeos que não vi
que perfume não senti? quando minhas mãos onde
– lembro?
(desfizeram-se)
dorme
– de silêncio e sombra há um canto no poema
teu
(sem fim será a linha que traçamos sem nós
Lilia
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