Azul sem nome


longo destino sob a noite nas pedras de ninguém
quando o rio destoa das vertentes do céu
profundo sob o peso rasgado da chuva

mesmo a certeza desaba além dos homens

longa e lenta a história inscrita nessas mãos
mais vivas do que a luz no impulso do fim
mais ocas do que as trevas à procura do azul

Lilia

domingo, 30 de outubro de 2011

silêncio

na sombra do meu verso dorme um amor inacabado
sem remates sem retoques
nas surpresas suspensas
dorme
como um desejo sem tempo um grito em silêncio ausente
apenso à vida

– de tanto silêncio corrompi poemas
versos rarefeitos cerrados gázeos que não vi

que perfume não senti? quando minhas mãos onde
– lembro?
(desfizeram-se)

dorme
– de silêncio e sombra há um canto no poema
teu
(sem fim será a linha que traçamos sem nós

Lilia

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