para a gilda que também
vive a dor das folhas
belém outonal é minha alma
como as folhas dói sob o peso do céu
e silencia as horas na chuva noturna
mas chorar não mede o tempo
e o chover pode despertar auroras :
apressa-te e estende os sonhos - a chuva está no chão
!
o vento abraça antigas as mangueiras
descabeladamente
sussurra-lhes descanso
ao delize ao desterro
- as raízes resistem -
e seguem maternas
desfolhando o tempo
(quantos perdem seu instante a escutá-las)
?
...
quem sabe de outonos e da dor das folhas
não é a cidade
a alma urge de olhares
sem instante é o verso
e o líquido outono dos meus olhos
Lilia