Azul sem nome


longo destino sob a noite nas pedras de ninguém
quando o rio destoa das vertentes do céu
profundo sob o peso rasgado da chuva

mesmo a certeza desaba além dos homens

longa e lenta a história inscrita nessas mãos
mais vivas do que a luz no impulso do fim
mais ocas do que as trevas à procura do azul

Lilia

sábado, 12 de julho de 2008

Há muito muito tempo...

Ele estava sozinho olhando uma rosa,
Sentado no banco da praça.
Lá na torre da Igreja, o sino bocejava.
Era tarde e ele estava sozinho.
E era nele que pensavam as idiotas
formigas que trabalham o dia todo.
Então o sol se foi.
A lua veio, e vieram estrelas que
corriam e caíam depois.
Ele dormiu no banco e a rosa murchou de noite.
Quando o dia chegou e o sol espiou lá de longe,
Tudo ficou cor-de-rosa, mas ele não acordou.
As nuvens derreteram-se como mulher
dengosa e choraram chuva, mas ele não acordou.
E dormia com um sorriso de rosa nos lábios.

(Canadá, 3-7-67)

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