Azul sem nome


longo destino sob a noite nas pedras de ninguém
quando o rio destoa das vertentes do céu
profundo sob o peso rasgado da chuva

mesmo a certeza desaba além dos homens

longa e lenta a história inscrita nessas mãos
mais vivas do que a luz no impulso do fim
mais ocas do que as trevas à procura do azul

Lilia

terça-feira, 15 de junho de 2010

ainda e nunca

as duas mãos na chuva palavras ao vento corte do infinito
espanto
as gotas pousam no destino
revoam dores de inquietos chãos

quantas vidas brancas tornaram ao orvalho
quantos dias danças quadros cabaletas vozes caras
esboçaram os dias
as lágrimas nem as névoas rememoram

(revejo seis de sonhos confidências
nós ao todo
no laço azul éramos árias entoadas
dós amargos bravura
intermezzos)

velado nosso rumo no curso das águas
alcançamos o sereno
em tempo surreal
as bocas declinam sóis poentes
os olhos luas decrescentes
cantam
apenas as mãos
as mãos ainda chuva e vento
as mãos palavras

Lilia
11 de abril, 2010

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