espanto
as gotas pousam no destino
revoam dores de inquietos chãos
quantas vidas brancas tornaram ao orvalho
quantos dias danças quadros cabaletas vozes caras
esboçaram os dias
as lágrimas nem as névoas rememoram
(revejo seis de sonhos confidências
nós ao todo
no laço azul éramos árias entoadas
dós amargos bravura
intermezzos)
velado nosso rumo no curso das águas
alcançamos o sereno
em tempo surreal
as bocas declinam sóis poentes
os olhos luas decrescentes
cantam
apenas as mãos
as mãos ainda chuva e vento
as mãos palavras
Lilia
11 de abril, 2010
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