Azul sem nome


longo destino sob a noite nas pedras de ninguém
quando o rio destoa das vertentes do céu
profundo sob o peso rasgado da chuva

mesmo a certeza desaba além dos homens

longa e lenta a história inscrita nessas mãos
mais vivas do que a luz no impulso do fim
mais ocas do que as trevas à procura do azul

Lilia

sábado, 2 de janeiro de 2010

cosedora

torna tempestade aberta na saudade
lembrança intensa à calmaria dos tempos
oferta aos dias fartos de meu nome
envia mãe o corte a ser refeito

cose o viés das alvoradas
o vestígio ressereno das preces
o pistilo prato e a desafronta
no corpo a corpo manso das idéias

faze mãe o acabamento das ausências
o retoque do vestido desmanchado de sonho
e junto a nós e mãos e agulhas brandas
remata este sorriso maltalhado pela vida

Lilia

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