Azul sem nome


longo destino sob a noite nas pedras de ninguém
quando o rio destoa das vertentes do céu
profundo sob o peso rasgado da chuva

mesmo a certeza desaba além dos homens

longa e lenta a história inscrita nessas mãos
mais vivas do que a luz no impulso do fim
mais ocas do que as trevas à procura do azul

Lilia

terça-feira, 19 de outubro de 2010

tradução

traduzo a chuva pelas pálpebras do dia
para não dizer a desistência do amanhã

releio as vozes de ontem rasgo momentos
choro em remoinho verdades esquecidas

descabelam-se os fios dos meus anos
no verso de prata madrugados
quando as luzes adormecem ante a aurora

que parte do meu texto é descabida - vida minha
de olhos desatentos - que agora? que depois?
Lilia

2 comentários:

rediqueti Overland disse...

mas gostei tanto disto:
"descabelam-se os fios dos meus anos"...

Anos Descabelados podia ser um nick, que acha?

Beijo, queridíssima.

lily disse...

E se eu usar como título desse poema?