Azul sem nome


longo destino sob a noite nas pedras de ninguém
quando o rio destoa das vertentes do céu
profundo sob o peso rasgado da chuva

mesmo a certeza desaba além dos homens

longa e lenta a história inscrita nessas mãos
mais vivas do que a luz no impulso do fim
mais ocas do que as trevas à procura do azul

Lilia

terça-feira, 12 de outubro de 2010

alumbre

perdi o pergaminho do tempo
aquele entre páginas de memória
acastelando os passos da casa
perdi o texto das horas nos meses recônditos de ante-agosto
sem traços de espera ou semi-sonhos nem antes nem depois

existo na timidez de novas normas nas dobras de discursos
e os dizeres ardem nos olhares esperanças desgostos
o corpo desiste o cansaço abandona a antiga bandeira

visto as pálpebras
e manuscrevo mentalmente os minutos virtuais
na última dormência
quando ainda existe alumbre na pele do tempo
e poetagem no laivo desta vida
Lilia

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