jogados no tempo nossos olhos
as verdades doem mais que antes
jogado ao tempo nosso sono
a angústia acende a madrugada
nas praias de estio e de cansaço
jogadas ao tempo nossas mãos
a paz perdeu seus dedos
e o nosso vazio repleto de insossegos
machuca laços não desfeitos e nós cegos
dispersam dispersamos a ternura de uma fonte
jogados nós ao tempo
as linhas perdemos da alegria
e definham nublados os horizontes
nas horas de prece que ao tempo prevalecem
que luzes aquecem a chama ainda viva
não se esqueçam sonhos – entrevivos semprevivos –
nem memória remoída não solúvel
de tantos silêncios palavras ternuras
jogados ao tempo
ao onde e ao quando do tempo
– sólido tempo que nos beija a face ida a face nossa
de cada momento
ainda e sempre revivida
na invisível face do tempo
Lilia
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