saudade
ainda resta um horizonte de agonia
nas memórias mortas
um limite triste do vazio
que abranda o sono do tempo
mas
assim como ao cair da noite
subsiste um gosto de orvalho
nos mármores adormecidos
sob a sombra
o límpido afago materno
sobrevive no anseio dos dias
do meu corpo aconchegado
nos seus olhos
Lilia
fábula
ah tempo tu que és tão forte...
desfaz o esquecimento que prende o coração
ao momento da agonia
acelera os dias do pranto oh tempo
rebojo de sonhos
tu que não me poupas e me revês
em redemunho
corta-me em duas me esfaz na espera
sem prumo inevitável
no acre andamento
do meu tom
tempo que me desarruma
e maltrata e acalma e aconselha
esfuma o nome testemunho de mim mesma
... derrete a neve que prende o meu pezinho...
ah tempo tu que és tão forte...
desfaz o esquecimento que prende o coração
ao momento da agonia
acelera os dias do pranto oh tempo
rebojo de sonhos
tu que não me poupas e me revês
em redemunho
corta-me em duas me esfaz na espera
sem prumo inevitável
no acre andamento
do meu tom
tempo que me desarruma
e maltrata e acalma e aconselha
esfuma o nome testemunho de mim mesma
... derrete a neve que prende o meu pezinho...
Lilia
Um comentário:
Troca o horizonte, Lília. Faz dele um horizonte sem agonia, de Paz e esperança de que, realmente, algo menos agoniado nos espere do " lado de lá".
É lindo o teu poema, mas, gostaria que ele revelasse saudade e não tristeza.
Desculpa, amiga, é o horizonte que procuro construir com a Jó.
Beijos
Gilda
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