Azul sem nome


longo destino sob a noite nas pedras de ninguém
quando o rio destoa das vertentes do céu
profundo sob o peso rasgado da chuva

mesmo a certeza desaba além dos homens

longa e lenta a história inscrita nessas mãos
mais vivas do que a luz no impulso do fim
mais ocas do que as trevas à procura do azul

Lilia

domingo, 31 de agosto de 2008

manhã



sem a história da ausência
somente
sombras e sons desconhecidos
sem a história de meu nome
apenas sementes
no declive da vida

nem flores nem feras
sem a saudade táctil
da página luminosa
nem cúmplices os olhos
nem laços os versos

e a manhã única da escrita
sem a falsa espuma da memória
criaria um sempre dissonante
na vaga totalidade do tempo?


LSC

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