Amar é este azul sem nome, esta distância lado a lado, o lume de um olhar, a cor, o vento, um fado...
Azul sem nome
longo destino sob a noite nas pedras de ninguém
quando o rio destoa das vertentes do céu
profundo sob o peso rasgado da chuva
mesmo a certeza desaba além dos homens
longa e lenta a história inscrita nessas mãos
mais vivas do que a luz no impulso do fim
mais ocas do que as trevas à procura do azul
Lilia
domingo, 31 de agosto de 2008
manhã
sem a história da ausência
somente
sombras e sons desconhecidos
sem a história de meu nome
apenas sementes
no declive da vida
nem flores nem feras
sem a saudade táctil
da página luminosa
nem cúmplices os olhos
nem laços os versos
e a manhã única da escrita
sem a falsa espuma da memória
criaria um sempre dissonante
na vaga totalidade do tempo?
LSC
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